Nutricionista especialista em Nutrição Comunitária e Saúde Pública. Coordenadora do Núcleo de Educação e Qualidade Alimentar da CM Sintra. Docente convidada na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Mestre em Nutrição Clínica pela FMUL. Licenciada em Dietética pela ESTeSL.
Sessões em que participa:
Dia 18 de Novembro às 17h45
Implementação de refeições escolares de base vegetal – experiência do Município de Sintra
A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – recomenda uma diminuição do consumo de carne, de forma a contribuir para a sustentabilidade do sistema alimentar. As alterações climáticas são uma realidade e globalmente a alimentação deverá responder a estas exigências. Vários estudos demonstram que o consumo de proteína de origem animal tem impacto sobre o ecossistema 16 vezes superior em comparação à proteína de origem vegetal. Existe também evidência científica que o consumo elevado de produtos de origem vegetal diminui a probabilidade de desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis, como a doença cardiovascular, doença oncológica, diabetes, obesidade e hipertensão arterial, enquanto o consumo de carne (>100 g/dia) está associado a risco de cancro do cólon.
Considerando estes pressupostos e fazendo cumprir os princípios da Dieta Mediterrânica, no Município de Sintra, desde o ano letivo 2016-2017, uma vez por semana é servido um prato sem carne ou peixe na ementa dos refeitórios escolares da rede pública do JI e 1º ciclo do Concelho de Sintra. Esta medida foi igualmente implementada nos refeitórios escolares do 2º, 3º ciclo e secundárias, a partir do ano letivo 2020-2021, aquando da transferência das competências nesta matéria para as autarquias. Anualmente é medida a satisfação do serviço de refeições, através de questionário. Em 2021, 49% dos encarregados de educação classificavam o serviço de refeições como bom ou muito bom e 37% como suficiente.